segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

REFLEXÃO - Módulo II

Neste segundo momento de formação presencial, houve algum tempo em que os formandos puderam trocar ideias e apresentar dúvidas relativamente ao trabalho que nos é proposto. Esta situação revelou-se bastante positiva pois, apesar da partilha que é possível fazer através da plataforma do curso, são importantes estes espaços de diálogo nos momentos em que nos encontramos pessoalmente. Penso que são oportunidades de enriquecer a nossa participação e melhorar as nossas práticas.
Ao longo dos dois dias deste módulo, paralelamente à apresentação teórica de alguns conteúdos e competências do Programa, tivemos oportunidade de os explorar na realização de actividades práticas. Penso que a estratégia implícita no “Aprender, fazendo…” foi positiva na medida em que nos ajudou a compreender o que se pretende, suscitando uma participação activa na construção do nosso conhecimento. Defendemos que é importante para os nossos alunos a aprendizagem assente na experimentação e considero que foi também uma boa aposta para esta formação!
Algumas considerações sobre os trabalhos propostos. Foram realizados trabalhos em pequeno grupo em que foi abordado o conhecimento explícito da língua ao serviço da compreensão do oral. A tarefa foi operacionalizada com a realização de várias propostas de didactização para a exploração do documento áudio “A Estrela de Água”. A seguir, procedeu-se à apresentação e análise do trabalho realizado. Esta actividade de partilha conjunta dos resultados fez-nos reflectir sobre diferentes possibilidades de efectivar o trabalho simultâneo destes dois conteúdos, o que reconhecemos nem sempre ser a prática mais comum nas escolas.
Foi proposta a análise de fichas de trabalho com sugestões de escrita, tendo este trabalho constituído mais uma forma de evidenciar a referida importância da partilha de experiencias e saberes entre os professores presentes. Assim, cada professor, tendo em conta o nível de ensino em que trabalha, teve oportunidade de explorar diferentes aspectos das “tarefas” propostas, justificando as suas dificuldades e escolhas a partir da realidade que vivencia na escola. Foi ainda possível constatar as possibilidades de se efectivar um trabalho em que, baseado nos conhecimentos anteriores, o que se pede aos alunos seja um complemento e desenvolvimento do que já aprendeu.
Trabalhou-se o tema “Os desafios da escrita: a oficina de escrita”. Esta é uma actividade complexa e reconhecemos ser necessário que o professor seleccione criteriosamente estratégias para que o aluno trabalhe a escrita em contextos significativos. Reflectimos sobre a importância que deve ser dada às Etapas da Planificação das Actividades de Escrita. O trabalho prático centrou-se na fase da Planificação de um texto. Esta é uma etapa muito importante na produção de textos e o aluno deve ser incentivado a deter-se mais na planificação do seu texto pois terá seguramente as tarefas seguintes facilitadas…
Ainda relativamente às etapas da Planificação atrás referidas, detivemo-nos sobre o papel determinante do professor no acompanhamento e orientação dos alunos, atendendo às suas necessidades e com o intuito de os tornar escritores capazes e confiantes. Quanto à etapa da Planificação, atendendo ao objectivo da actividade e tendo em conta o que os alunos já são capazes de fazer, o docente poderá auxiliar na definição do objectivo de comunicação, na definição do tipo de texto, no levantamento de ideias, na produção do plano… Com a prática teremos alunos mais autónomos e capazes de produzir melhores textos! Na realidade, reconhecemos que ainda há bastante a fazer para melhorar os percursos de escrita e vê-la como um processo em que são essenciais as várias etapas.
Relativamente à anualização dos conteúdos programáticos foram-nos apresentados exemplos e sugerido que nós elaborássemos algumas propostas para partilha posterior na plataforma. Reconheço que este é um aspecto em que sinto dificuldades e ainda preciso alguma ajuda. Para tal, conto com os exemplos que vão sendo partilhados… Um aspecto que considero importante para poder “esboçar” um trabalho de anualização terá de ser o conhecimento da turma, caso contrário subsistem dúvidas sobre a viabilidade da sua aplicação. Sei que poderá ser adaptada, mas temos que ter um ponto de partida para basear a nossa proposta …
Um aspecto a realçar desta segunda sessão foi o trabalho realizado em oficina, com uma componente prática seguida de partilha e reflexão sobre as experiências e dificuldades sentidas pelos formandos. Revelou-se bastante positivo e ajudou-nos a compreender o que é proposto no Novo Programa. Algumas tarefas apresentadas em que, sobre o mesmo tema, tínhamos que preparar uma actividade destinada a cada um dos ciclos de ensino, permitiram-nos reflectir sobre o trabalho possível e necessário no que respeita à progressão entre ciclos… Diferentes possibilidades de explorar um conteúdo num ciclo de ensino e ainda nos diferentes ciclos. A questão dos patamares sucessivos no que respeita ao aumento do grau de dificuldade…
Gostaria ainda de sublinhar outro ponto positivo nesta formação, que tem a ver com a realização de trabalhos práticos, em que os grupos são constituídos por docentes dos 3 ciclos de ensino. É importante esta abordagem do mesmo tema/conteúdo a partir da perspectiva de cada professor, tendo em conta a sua realidade e os alunos a que se destinam. Foi, sem dúvida, mais uma forma de evidenciar possibilidades de progressão e articulação inter-ciclos, argumentos fundamentais nesta formação.
Nesta segunda sessão presencial foram dadas algumas orientações sobre o trabalho a desenvolver no sentido de dar a conhecer o Programa aos colegas.
Para concluir, gostaria de registar que nestas sessões em que, paralelamente ao tratamento teórico de alguns temas foi privilegiado o trabalho prático, tal constituiu uma forma de incentivar percursos de trabalho em grupo. Estes poderão não se esgotar na presente formação e conduzir a uma dinâmica continuada, transformando a
escola num espaço onde os professores não só ensinam, mas também aprendem.